quarta-feira, 27 de junho de 2012


Caso da vida real

Deixei a minha vida quando me agarrei aos números rodeavam a minha mente. Deixei a porta fechada para todos os que me tentavam ajudar, e escondi-me por detrás de um mundo que só a mim me pertencia. Ninguém tem que sofrer por mim!

O espelho não retribuía a imagem que eu desejava. Ria-se de mim, e eu convencida de que um dia veria, tudo o que sempre quis reflectido no vidro. A luta contra mim, é sempre maior do que a luta travada como mundo exterior!

 Deixei de comer porque o meu treinador me pediu apenas para perder dois quilos, afinal a competição de andebol estava a começar.

Dois quilos foram dez, que passaram a 20, e perdi 26 quilos. O pouco que comia, vomitava, o meu corpo não suportava a comida! Como se não bastasse, nunca dispensei o exercício físico.

De 62 kg, e 1, 74m de altura, passei a pesar 36 kg!
Perdi bem mais do que quilos. Perdi amigos, namorado, a confiança dos meus pais, perdi os estudos!

A família entrou em dificuldades para me ajudar. Oceanos de dinheiro perderam-se em oito anos. De Anorexia, passei a praticar Bulimia, escondida dos pais, com esquemas que vocês não imaginam.







O que mais custou?
Ver, ouvir, sentir a minha mãe a fazer os impossíveis para me agradar na comida. Eu a passar pela mesa, trancar-me no quarto sem a olhar de frente. Quantas não eram as vezes em que me doía o coração só de a ouvir a chorar à mesa.
Quando comecei a tentar comer, o corpo rejeitava. Todo o esforço que a minha mãe tinha para me agradar, era em vão.
 Hoje escondo a bulimia que resta, mas recuperei muito do que perdi. Tenho o peso normalizado, e vivo a minha vida melhor do que antigamente, mas sempre oculta atrás do medo do passado.
Adormeço todos os dias a pedir que tenha terminado. Peço por mim, por todos os que me amam e se esforçaram para eu ganhar a guerra.
Perdida neste mundo tão nosso, desfaço lágrimas para construir diamantes. Um dia verei uma enorme riqueza reflectida em mim.
O amor-próprio.
História de Vida de "Renata" - Nome ficticio



segunda-feira, 25 de junho de 2012

Sexualidade em Pacientes com Bulimia



Este trabalho levanta as histórias sexuais e reprodutivas de mulheres que haviam se recuperado ou estavam se recuperando de bulimia nervosa. De 48 pacientes femininas consecutivas, 43 foram estudadas por 10 a 15 anos após o tratamento inicial. No seguimento, 74% foram consideradas recuperadas e 26% mantiveram transtorno alimentar. Histórico de amenorréia foi comum (81%), 63% sem menstruação por um período superior a 1 ano.


As mulheres com bulimia nervosa são mais avaliadas sobre infertilidade quando estão em crise. As pacientes que sofrem de bulimia são sexualmente ativas, mas têm períodos de descontinuidade e perda de atividade sexual. Elas associam seu sentimento sexual com o peso corporal, gravidez, amamentação e o estado de seus relacionamentos.

Curtos períodos livres do comportamento bulímico estão associados com gestação e amamentação. O aborto ocorre mais freqüentemente. A prevalência de sintomas gravídicos desagradáveis, hiperemese gravídica e depressão pós-parto foi maior entre as mulheres que não haviam se recuperado do transtorno alimentar antes de tentar engravidar e reduz a prevalência de problemas ginecológicos e obstétricos.
Os resultados dos estudos mostram que tanto a bulimia quanto a anorexia, durante a gestação, prejudicam a saúde materna e fetal.

O peso corporal, o comportamento alimentar e controle de peso no início da gestação deveriam fazer parte do questionário obstétrico.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Como é o bulímico?


Basicamente é um paciente com vergonha de seu problema, com sentimento de inferioridade e auto-estima baixa. O paciente reconhece o absurdo de seu comportamento, mas por não conseguir controlá-lo sente-se inferiorizado, incapaz de conter a si mesmo, por isso vê a si como uma pessoa desprezível. Procura esconder dos outros seus problemas para não o desprezarem também. Quando existe um bom motivo como ganhar muito dinheiro o paciente pode até sujeitar-se a expor seu problema, como vimos no programa Big Brother primeira edição de 2002 na TV Globo.



 Os pacientes bulímicos geralmente estão dentro do seu peso ou um pouco acima. Tentativas de dieta estão sempre sendo realizadas. Tentativas de adaptar os afazeres e compromissos rotineiros com os episódios de ingestão e auto-indução de vômito tornam seu estilo de vida bizarro, pois os episódios devem ser feitos às escondidas, mesmo das pessoas íntimas. Uma alternativa para a manutenção de seu problema escondido é a opção pelo isolamento e distanciamento social, que por sua vez gera outros problemas. Assim como a anorexia a Bumilia geralmente ocorre no adolescente, predominantemente nas mulheres. Os assuntos das conversas preferidos são relacionados a técnicas de emagrecimento. É comum o comportamento de esconder alimentos para futuros episódios. 






 

É interessante notar que a bulimia não constitui uma completa perda do controle. O paciente consegue planejar seus episódios, esperar para ficar sozinho e guardar alimentos, por exemplo. Essa incapacidade parcial é intrigante para os leigos. Muitas vezes os maridos das pacientes julgam que a paciente faz tudo porque quer e critica a esposa aumentando sua culpa. Essa atitude deve ser evitada, pois além de não ajudar, atrapalha diminuindo ainda mais a auto-estima da paciente que sucumbe aos esforços por tratar-se. A bulimia muitas vezes sucede aos episódios de anorexia